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Nascida em 1944, Maria Madalena Correa do Nascimento ficou conhecida como Lia de Itamaracá nos anos 60, quando a cantora e compositora Teca Calazans registrou a quadra: \"Esta ciranda quem me deu foi Lia/ que mora na Ilha de Itamaracá\". Presente em rodas de cirandas desde os 12 anos, Lia foi a única de 22 filhas a se dedicar à música. Sua importância é tamanha que ela carrega o título de \"Dama da Ciranda\".
Lia canta e compõe desde a infância, mas somente em 1977 gravou seu primeiro disco, o LP A Rainha da Ciranda. Por 20 anos, as apresentações da cirandeira ficaram restritas aos moradores e turistas da Ilha de Itamaracá, onde vive e trabalha até hoje. Em 1998, foi convidada a para o Abril Pro Rock, divulgando nacionalmente seu vasto repertório de coco de raiz, loas de maracatu e, claro, cirandas.
A partir daí, Lia conseguiu prestígio suficiente para gravar seu segundo disco, Eu sou Lia, lançado em 2000 pela Ciranda Records. O álbum reúne canções arranjadas com tarol, surdo e instrumentos de sopro mesclados com ritmos populares. O sucesso do disco foi tal que acabou ganhando o selo de world music, sendo distribuído em países como França e Estados Unidos. A imprensa internacional chegou a classificar sua música como \"trance music\", referindo-se ao \"transe\" que causa no público. O jornal norte-americano The New York Times denominou-a de \"Diva da música negra\".
No meio artístico nacional, Lia tornou-se um referencial da cultura popular, tendo seu nome citado em composições de Lenine e Otto. Em 2000, chegou a gravar uma faixa com o grupo Nação Zumbi para o álbum Rádio Samba.
Em 2004, com a ajuda de amigos que fez no País Basco, Lia comprou o espaço onde atualmente funciona o Centro Cultural Estrela de Lia (CCEL), na Praia de Jaguaribe, no município de Itamaracá. Desde de 2005, ela carrega o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.
Contato: (81) 9657-5167/ 9233–6081.
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