quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A descolonização da Africa

A chamada "descolonização" de 17 países do continente africano, 14 deles ex-colônias francesas, completa 50 anos em 2010. As atuais gerências destas nações – muitas delas com fronteiras definidas na partilha feita entre as metrópoles em meados do século XIX, na Conferência de Berlim – planejam festas dantescas e dispendiosas para celebrar o suposto encerramento do ciclo de colonialismo europeu.

O cinquentenário da "descolonização" da África é de fato uma data que precisa ser lembrada junto às massas de todo o mundo e avivada junto aos povos africanos em especial, mas por motivos diversos daqueles corneteados por estes chefes festeiros, em cujo turno calhou de caírem as bodas de ouro do que chamam demagogicamente de "fim do jugo" das potências europeias.

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que os falsários que ora organizam os festejos da "descolonização" são os mesmos que seguem garantindo aos monopólios o pronto atendimento aos seus interesses nas nações africanas que esses traidores dos seus povos gerenciam a soldo para o imperialismo.

Em segundo lugar, o que se chama genérica e equivocadamente de "descolonização" da África consistiu na verdade em um amplo e negociado processo de transferência da administração da rapina estrangeira no continente, que deixou de ser feita diretamente pelos governadores nomeados sobretudo desde Paris e Londres e foi repassada para serviçais da Repartição da África recrutados entre as classes dominantes vende-pátrias locais. Trocando em miúdos, a tal "conquista da independência política" dos territórios africanos demarcados pelas potências da Europa nada mais foi do que o seu rito de passagem da condição de colônias de fato, ou "estados associados" como preferiam os messieurs que comandavam o império colonial francês, para a condição de semicolônias, não obstante os anseios e as lutas por liberdade nascidos no seio dos povos africanos.

Por fim, esta passagem de bastão do colonizador opressor para o nativo camarada da metrópole não se traduziu em qualquer abrandamento do domínio estrangeiro sobre os povos e os recursos da África, ou em qualquer melhoria das condições de vida das massas africanas vilipendiadas. Ao contrário...

Fome!!

Como todos sab
em, a África é o continente com a maior quantidade pe pessoas abaixo da linha da miséria. Vivem na subsistência dependendo da doação de países e organizações mundiais. Serra Leoa ainda é o país com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo do mundo.

Com países desenvolvidos e ricos fazendo tantas guerras por aí, será que nunca passou pela cabeça de sua população e/ou governantes, que seria melhor gastar trilhões para acabar com a fome no mundo que com bombas
nucleares para acabar de vez com o planeta? Parece que os presidentes dos países ricos têm os olhos voltados para dentro, estão cegos por fora, só enxergam seus problemas, e que muitas vezes não são problemas, somente mesquinharia e ganância. Até quando trocaremos pratos de comida por pilhas de mortos? Até quando?

2 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente poucos olhos voltam-se para a Africa..a não ser quando pensamos em savanas onde vislumbramos girafas e elefantes..em breve em vez de vizlumbrar vamos visualizar seres humanos a beira da estinção por conta do descaso mundial..

Unknown disse...

É, devemos também nos ligar quando falamos da "África", pq ali é um continente com diversos paises e diversas realidades, não existe só uma África.
Uma coisa que é comum para toda áfrica, é que esse continente sempre foi visto como área a ser explorada pelas grandes pôtencias européias, e essas pouco fizeram para o desenvolvimento economico desse continente.