quinta-feira, 14 de outubro de 2010

OUTUBRO INDEPENDENTE E CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE APRESENTAM:



Dia 16/10, sábado, 18h.
Grátis. 300 lugares. Distribuição de ingressos a partir das 10h, na recepção do CCJ. Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso – Anfiteatro. End.: Av. Deputado Emílio Carlos, 3641 – Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte. Telefone: (11) 3984-2466.

http://ccjuve.prefeitura.sp.gov.br
www.twitter.com/ccjuventude

Assessoria de Comunicação
Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso
Contato: (11) 3984-2466

Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641-
Vila Nova Cachoeirinha - São Paulo - SP
OUTUBRO INDEPENDENTE E CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE APRESENTAM:


Dia 17/10, domingo, 18h.
Grátis. 300 lugares. Distribuição de ingressos a partir das 10h, na recepção do CCJ. Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso – Anfiteatro. End.: Av. Deputado Emílio Carlos, 3641 – Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte. Telefone: (11) 3984-2466.

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Contato: (11) 3984-2466

Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641-
Vila Nova Cachoeirinha - São Paulo - SP

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Charlatães e prestidigitadores..por Lara

Charlatães existem em todos os campos. Não é apenas um ou outro poetinha alternativo que usa a “desculpa” da transgressão para justificar uma literatura mal escrita (ruim mesmo) ou as limitações de suas atividades “intelectuais”, ou a sua incapacidade de escrever uma poesia bem elaborada, mesmo que não seja em estilo clássico ou não tenha “harmonia” na sintaxe (enfim: mal concatenada). Mas alguns poetas acadêmicos também fazem prestidigitação literária quando escrevem uma poesia pomposa e balôfa, um gongorismo sem conteúdo (turvam suas águas pra que pareçam profundas?). A meu ver, esses são também prestidigitadores, embora, diferentemente de alguns poetas transgressores, usem uma fachada “intelectualóide” para disfarçar uma inanição conteudística e uma “ruindade” de outro tipo. Evidentemente, esse tipo de literatura não passa de mais uma punheta estilística (mas cacofonias, por exemplo, podem acontecer em qualquer um dos dois).

Às vezes há também charlatanismo no conteúdo, em ambos os lados. No caso da herança contracultural, temos o caso da pregação de “liberdade total” ou de “falta de cultura” para combater a normose coletiva. Dois equívocos, evidentemente. E eu estou dizendo “equívoco” para não dizer “esperteza”, “malandragem”. Sem falar no mito do poeta “doidão” e autodestrutivo, quando a autodestruição é pregada como uma bandeira cultural-existencial (“viva intensamente e morra jovem”), ou como uma exigência para o postulante a poeta transgressor. Ninguém, de sã consciência, vai pregar a inanição cultural como uma tática para combater a normose cultural dos conservadores e reacionários, ou o suicídio branco como uma arma contra o “Sistema”. Pelo contrário: quanto mais ampliada a consciência e a visão crítica, mais temos chance de combater o Estabelecido. O Raul Seixas cunhou uma frase infeliz: “falta de cultura pra cuspir na Estrutura” (um grave equívoco, obviamente).

A origem do termo “poesia marginal”.

A minha desconfiança pessoal é de que esse termo foi cunhado pela intelectualidade academicista, “reacionária” e misoneísta do sudeste-sul no início da década de 70 (com o objetivo capcioso de denegrir e desqualificar, obviamente). O problema é que a paternidade nunca foi assumida. O nome surgiu “no ar”, e os poetas alternativos e/ou independentes assumiram a “metáfora”. A partir daí, o termo consolidou-se. A meu ver, está na hora do pai assumir a criança. Afinal, se ele tiver a coragem de assumir o rebento, pode ter alguma perda política ou cultural, mas terá algum ganho histórico (uma vez que seja reconhecido como o “inventor” do termo).

Atualmente, a maioria dos poetas e escritores que foram identificados como “marginais” não se identificam mais com essa definição. Alguns poucos ainda assumem o “rótulo” (como é o caso do pessoal da literatura marginal paulista e de alguns poetas recifenses oriundos da resistência cultural do Movimento de Escritores Independentes no início da década de 80, ou da poesia marginal pernambucana, propriamente dita, a partir da década de 90). Eu também não tenho problema em ser chamado de escritor “marginal”, embora prefira o termo “independente”. O problema, no frigir dos cocos, parece estar mais relacionado com demarcação de territórios do que com a sensação de constrangimento em ser identificado com um “marginal”. Argumentam alguns que, uma vez que este tipo de literatura já está razoavelmente assimilado por boa parte da crítica e da coletividade, não faria mais sentido insistir na demarcação. Poesia é poesia, pouco importa se está à margem ou não: isto é uma verdade. Mas eu acredito que ainda é necessária a diferenciação, por vários motivos. Eu gosto de saber onde estou pisando, de clarear referências. Seu eu disser “padrão grego”, ou “estilo clássico”, o leitor imediatamente terá um entendimento intuitivo do que eu estou querendo dizer. E se eu disser “estética da fome”, idem. Ou “teatro da crueldade”. Ou “estilo marginal”. ETC. Portanto, as diferenciações continuam sendo necessárias, não como “rótulos”, mas como uma referência mínima para facilitar o entendimento inicial do leitor.

Outro argumento capcioso usado pelos defensores do cânone ocidental é a afirmação de que a poesia marginal é um fenômemo datado. Se esse não é um argumento capcioso, é uma limitação perceptiva, ou uma discriminação cultural. Acredito que as proposições estilísticas e temáticas colocadas pela poesia marginal são intuições seminais válidas para qualquer contexto. Permanecem como opções, entre outras, dentro de um leque literário ampliado, inclusive para “aperfeiçoamentos”. Nunca é demais lembrar que, em meados da década de 70, era comum a intelectualidade acadêmica afirmar que “poesia marginal não é literatura”. Aliás, por falar nisso, esse mesmo “argumento” foi usado contra alguns escritores beatniks na década de 50 (o Ginsberg, inclusive, enfrentou um processo por atentado violento ao pudor). Dizia-se também, nos meios “ultra-intelectuais”, que esse tipo de literatura não tem cidadania estética. Ainda dizem? Quem tem a coragem de continuar dizendo? Sejamos lúcidos e vamos admitir que essa afirmação de que apenas a literatura canônica tem cidadania estética é uma “conversa pra boi dormir”, se não for uma discriminação mesmo, além de um elitismo horrível.

LARA
escritor independente
Recife, julho-2010


quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A descolonização da Africa

A chamada "descolonização" de 17 países do continente africano, 14 deles ex-colônias francesas, completa 50 anos em 2010. As atuais gerências destas nações – muitas delas com fronteiras definidas na partilha feita entre as metrópoles em meados do século XIX, na Conferência de Berlim – planejam festas dantescas e dispendiosas para celebrar o suposto encerramento do ciclo de colonialismo europeu.

O cinquentenário da "descolonização" da África é de fato uma data que precisa ser lembrada junto às massas de todo o mundo e avivada junto aos povos africanos em especial, mas por motivos diversos daqueles corneteados por estes chefes festeiros, em cujo turno calhou de caírem as bodas de ouro do que chamam demagogicamente de "fim do jugo" das potências europeias.

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que os falsários que ora organizam os festejos da "descolonização" são os mesmos que seguem garantindo aos monopólios o pronto atendimento aos seus interesses nas nações africanas que esses traidores dos seus povos gerenciam a soldo para o imperialismo.

Em segundo lugar, o que se chama genérica e equivocadamente de "descolonização" da África consistiu na verdade em um amplo e negociado processo de transferência da administração da rapina estrangeira no continente, que deixou de ser feita diretamente pelos governadores nomeados sobretudo desde Paris e Londres e foi repassada para serviçais da Repartição da África recrutados entre as classes dominantes vende-pátrias locais. Trocando em miúdos, a tal "conquista da independência política" dos territórios africanos demarcados pelas potências da Europa nada mais foi do que o seu rito de passagem da condição de colônias de fato, ou "estados associados" como preferiam os messieurs que comandavam o império colonial francês, para a condição de semicolônias, não obstante os anseios e as lutas por liberdade nascidos no seio dos povos africanos.

Por fim, esta passagem de bastão do colonizador opressor para o nativo camarada da metrópole não se traduziu em qualquer abrandamento do domínio estrangeiro sobre os povos e os recursos da África, ou em qualquer melhoria das condições de vida das massas africanas vilipendiadas. Ao contrário...

Fome!!

Como todos sab
em, a África é o continente com a maior quantidade pe pessoas abaixo da linha da miséria. Vivem na subsistência dependendo da doação de países e organizações mundiais. Serra Leoa ainda é o país com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo do mundo.

Com países desenvolvidos e ricos fazendo tantas guerras por aí, será que nunca passou pela cabeça de sua população e/ou governantes, que seria melhor gastar trilhões para acabar com a fome no mundo que com bombas
nucleares para acabar de vez com o planeta? Parece que os presidentes dos países ricos têm os olhos voltados para dentro, estão cegos por fora, só enxergam seus problemas, e que muitas vezes não são problemas, somente mesquinharia e ganância. Até quando trocaremos pratos de comida por pilhas de mortos? Até quando?

Mamá...por Biofa

Mamá era desses sujeitos reconhecidos pelas mulheres como o “verdadeiro cachorro”. Desde sua adolescência já se mostrava um grande galanteador e bastante avesso a monogamia, dessa forma, já aos 17 anos foi tratando de ser pai pela primeira vez. Tua mãe, reconhecida mãe de santo do bairro onde moravam, não via com bons olhos a atitude do filho e sempre que podia dava conselhos pra ele.

- Mamá, deixa essa vida homem de Deus, para de enganar essas pobres meninas meu filho!

Mamá ria e dizia pra mãe:

- não da nada coroa, Deus cria, se ele não criar, teus orixás criam

Dizia isso e sempre dava uma gargalhada, essa gargalhada sua mãe dizia que era os exus que tavam tomando conta do seu menino. Mas mesmo assim, ela tentava convencer o filho a parar com essa atitude, e dizia pra ele respeitar mais os orixás. Nada adiantava.

Com 19 anos Mamá já tinha 4 filhos, cada 1 de uma mulher diferente. Ele não usava camisinha e também não tinha medo de doença nenhuma, quando tua Mãe o reprimia ele sempre afirmava:

- Mãe, comigo é só no pelo, esse lance de AIDS e doenças e tal, comigo não pega, do uma lavada federal na máquina logo depois do uso e ta tudo certo

Dizia isso e sempre no final da frase vinha à famosa gargalhada de Mamá. Sua mãe já não sabia o que fazer.De tempos e tempos sempre aparecia uma menina no portão de casa dizendo q tinha assuntos a tratar, ela já sabia do que se tratava... Cansada dessa realidade ela resolveu ter uma conversa séria com Mamá.

- Filho de Deus, não aguento mais essa vida, você sóta fazendo coisas erradas, ficar colocando filhos assim no mundo sem estrutura, sem pensar, isso não é certo, uma hora você vai encontrar alguém que faça que tu pague esses teus pecados, já desfiz vários trabalhos que fizeram pra ti, mas meus orixás resolveram te abandonar, daqui pra frente não farei nenhum trabalho pra tentar conter os trabalhos que vierem a fazer contra você.

Mamá ria...

Um belo dia, Mamá acordou pela manha e notou que sua voz estava meio afinada, não deu muita atenção pro fato, achava que era conseqüência das cervejas que tinha tomado no dia anterior. No outro dia, nada da voz melhorar, pra piorar, a voz tinha ficado mais fina ainda, ele mal conversava com as pessoas na rua. No terceiro dia foi pior, ele noto que seu pênis começou a diminur de tamanho, preocupado, foi ao médico. O médico examinou e não constatou nada de anormal. Foi então falar com a mãe, a mãe consultou os búzios e afirmou o que ele temia. Tinham feito um trabalho bem forte pra ele, alguma mulher que ele havia maltratado...

Mamá desespero, pediu ajuda da mãe, essa disse que os orixás nada podiam fazer, ele deveria ir atrás das mulheres que ele havia “abusado “e se retratar com todas, esse era o recado dos orixás. Mas Mamá não ia se rebaixar desse jeito.

- nem fodendo mãe, não vo procurar puta nenhuma, vo ficar de boa e esses efeitos vão passar.

No fim do primeiro mês, Mamá já estava com uma voz afeminada, os pelos do corpo tinham caído e pior, teu pênis diminui tanto que agora se assemelhava mais a um clitóris e como se não bastasse, começava a surgir uma fenda entre o saco e a base do antigo pênis, sim, Mamá ganhava uma vagina.

Desolado da vida, Mamá passou a se trancar em casa e nunca mais saiu na rua, chorava e lamentava o que havia feito no passado remoto.

"ELA" de Machado de Assis


e para completar a matéria anterior segue o poema "ela" de Machado de Assis publicado quando ele ainda tinha 16 anos em 12 de janeiro de 1855.!
ELA

Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor

Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em doce poesia
Ao meu terno coração!

Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.

Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um -sim-
P’ra alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!”

O barbudo Machado de Assis..por Dão Carvalho

Rapaz...! Me dá um orgulho danado falar nesse cara..sempre procuro falar com minha filha a respeito..diante de uma curiosidade minha e após discutir com alguns amigos sobre a origem, formação e obra do Machado de Assis, resolvi fazer uma pesquisa aprofundada sobre sua carreira. Com uma obra inenarrável, Machado de Assis é um dos escritores que apesar de ter deixado esse plano em 1908, a memória de sua obra perdura já por 1 século.
Segue abaixo a biografia do barbudo, que além de tantas obras deixadas a literatura brasileira presidiu o Academia Brasileira de Letras até sua morte.


Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.

De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.

Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.

Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.

Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre. Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.

Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.

Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) e Jornal das Famílias.

Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor. No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em O Futuro, órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais.

Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas.

Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.

Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.

Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa.

Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.

Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872. Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.

No O Globo de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance A mão e a luva. Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira.

Sua primeira peça teatral é encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita especialmente para a comemoração do tricentenário de Camões, em festividades programadas pelo Real Gabinete Português de Leitura.

Na Gazeta de Notícias, no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores crônicas.

Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete.

Publica, nesse ano, um livro extremamente original , pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas -- que foi considerado, juntamente com O Mulato, de Aluísio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira.

Extraordinário contista, publica Papéis Avulsos em 1882, Histórias sem data (1884), Vária Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1889), e Relíquias da casa velha (1906).

Torna-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia, no ano de 1889.

Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa.

É o fundador da cadeira nº. 23, e escolheu o nome de José de Alencar, seu grande amigo, para ser seu patrono.

Por sua importância, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis.

Dizem os críticos que Machado era "urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. ... A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica. ... Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos."

BIBLIOGRAFIA:

Comédia

Desencantos, 1861.
Tu, só tu, puro amor, 1881.

Poesia

Crisálidas, 1864.
Falenas, 1870.
Americanas, 1875.
Poesias completas, 1901.

Romance

Ressurreição, 1872.
A mão e a luva, 1874.
Helena, 1876.
Iaiá Garcia, 1878.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881.
Quincas Borba, 1891.
Dom Casmurro, 1899.
Esaú Jacó, 1904.
Memorial de Aires, 1908.

Conto:

Contos Fluminenses,1870.
Histórias da meia-noite, 1873.
Papéis avulsos, 1882.
Histórias sem data, 1884.
Várias histórias, 1896.
Páginas recolhidas, 1899.
Relíquias de casa velha, 1906.

Teatro

Queda que as mulheres têm para os tolos, 1861
Desencantos, 1861
Hoje avental, amanhã luva, 1861.
O caminho da porta, 1862.
O protocolo, 1862.
Quase ministro, 1863.
Os deuses de casaca, 1865.
Tu, só tu, puro amor, 1881.

Algumas obras póstumas

Crítica, 1910.
Teatro coligido, 1910.
Outras relíquias, 1921.
Correspondência, 1932.
A semana, 1914/1937.
Páginas escolhidas, 1921.
Novas relíquias, 1932.
Crônicas, 1937.
Contos Fluminenses - 2º. volume, 1937.
Crítica literária, 1937.
Crítica teatral, 1937.
Histórias românticas, 1937.
Páginas esquecidas, 1939.
Casa velha, 1944.
Diálogos e reflexões de um relojoeiro, 1956.
Crônicas de Lélio, 1958.
Conto de escola, 2002.

Antologias

Obras completas (31 volumes), 1936.
Contos e crônicas, 1958.
Contos esparsos, 1966.
Contos: Uma Antologia (02 volumes), 1998

Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes.

Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adaptação de alguns textos para o cinema e a televisão.



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Andar é o Caminho...por Emy Maruyama


Meu compromisso
é comigo
meus irmãos
de sangue ou não
Com Ele que me garante
um mundo melhor pros meus filhos
quero acompanhar cada suspiro
Ser ombro amigo.

O tempo me diz a cada dia
que faria oque prometeu...
mesmo na chuva!
Mas sem minha ajuda
nada feito
nada é perfeito!
Por que está sentada aí esperando??!
que um arrebol ofusque seus problemas?
Se poderia estar andando
no sol!..
sem truques.

Esperança é o que me resta
Mesmo se eu meter a testa na parede
por vezes e vezes...
Ela vai estar aqui
Pra mim continuar
Pra depois, quem sabe..
flutuar acima destas nuvens pretas
Então abre um sorriso
que nada se acaba
sem um pingo de Esperança
para alcançar o céu.

Abraçar os teus...


terça-feira, 28 de setembro de 2010

injustiça c/ baleias..por Dão Carvalho

Esse post com certeza estou fazendo por mim, pelo planeta, mas principalmente pela Olivia..minha filha que espera ainda um dia poder ver uma baleia saltando no oceano com seus próprios olhos..

Não posso me omitir e desejo que este artigo arrecade muitos colaboradores que comigo vão lutar contra esta barbárie. Recebi um email de Emy Maruyama, uma amiga, e quando me deparei com esta imagem me embrulhou o estômago:

Causou-me profunda revolta ver que um país "dito" culto e de primeiro mundo como a Dinamarca, comemore o rito de passagem de seus jovens para a vida adulta levando ao sofrimento e à morte animais tão indefesos como as baleias e os golfinhos. Como pode existir gente tão cruel? E eles consideram-se civilizados? Estão virando homens? Isto para mim é um retrocesso na cultura...

É uma extrema falta de respeito assistirmos em pleno século XXI, século este em que as lutas ecológicas e as tentativas de conscientização para a preservação de nosso ecossistema cresceram substancialmente, a ritos tão primitivos e que nos levam a ver que a humanidade não está em progresso e sim em retrocesso assistindo a isto calado.

Não me conformando, pesquisei mais fontes que me informassem desta barbárie. Visitando o blog do Alexandre, tomei conhecimento que as crianças são dispensadas das aulas escolares para assistirem e acharem bonito este rito de brutalidade e crueldade! Onde nós estamos? Como queremos viver em um mundo de paz se a todo momento assistimos cenas como estas? Chocantes! Estou indignado... Sinto vergonha de saber que "idiotas" como estes fazem parte da mesma civilização humana da qual eu também sou pertencente. Nos dois blogs encontrei um link que nos leva a assinar uma petição contra esta revoltante prática de chacina das baleias e golfinhos. Lá você poderá ter detalhes sobre este absurdo. Se você tem responsabilidade ecológica a dica é única: ASSINEM A PETIÇÃO! Vamos arrecadar assinaturas e tentar acabar de uma vez com esta tragédia ambiental... Clique no link abaixo para assinar: http://www.thepetitionsite.com

Astelavista!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Fernando Sabino

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Fernando Sabino

A ciranda na nossa consciência...por Juh Rocha

Cavalo manco e homem cirandeiro
Tragam meu buquê do casamento
Olhem por meus filhos e meu carneiro
Não os deixem sós por nenhum momento

As figas que carrego no pescoço
Servem de amuleto para meu povo
Que a paz habite por essas tendas
E cure das dores que o acalenta

Homem bom é quele que agita
Traz pra roda amor e alegria
Simpatia na dança e no canto
Conquista o povo banto

Povo que trabalha e é dono de conquista
Ilumina esses passos e compartilha
As riquezas de nossa herança cultural
Um dia um escravo habitou esse local

quadrinhos


Siba e a fuloresta do samba

Vindo de uma família do agreste pernambucano, Siba Veloso começou a construir sua linha musical ainda menino, observando os ritmos rurais da Zona da Mata Norte do estado e as festas de rua dos subúrbios de Recife, onde nasceu. De volta as origens, depois de morar por sete anos em São Paulo fortalecendo-se como artista, formou o Siba e A Fuloresta para cantar maracatus, cirandas, coco de roda, cavalo marinho e mostrar isso para o resto do país e do mundo.

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— Meus familiares são de Lajinha do Garanhuns e o fato de ter crescido entre a cidade e o interior me deu o privilégio de formar uma grade musical bem variada. Quando comecei, nos anos de 1990, no Recife, estava acontecendo um momento de explosão cultural e musical muito forte por lá, e isso tem marcado profundamente meu trabalho até hoje, principalmente minha relação com a região da Zona da Mata, que é de onde vem boa parte do meu trabalho — explica Siba.

— Mudei-me para São Paulo, em 1996, com a minha primeira banda, a Mestre Ambrósio, porque depois que gravamos nosso primeiro disco, sentimos que para ampliar os horizontes de Recife e do Nordeste em geral, precisávamos ir para o Sudeste. Isso é uma realidade que até hoje se mantém, um pouco alterada, mas, ainda continua — acrescenta.

— E foi na capital paulista que se abriram as principais portas profissionais e relações que fazem de alguém um artista mundialmente reconhecido. Ela me trouxe muito enriquecimento pessoal e profissional. Mas acabei voltando para a minha terra e formando meu segundo grupo, A Fuloresta — continua.

A Fuloresta, conforme Siba, é composta por músicos sensacionais, que residem na cidade de Nazaré da Mata, que fica a 70 km do Recife.

— A Fuloresta é um grupo muito especial que só tem percussão, voz e metal. Uma reunião muito eclética, em que o mais novo tem vinte e poucos anos e o mais velho tem sessenta e poucos. E o que há de comum entre nós todos é esse gosto pela música específica daquele lugar, que procuramos articular de uma maneira que possamos nos comunicar em qualquer outro lugar do mundo, o que de fato temos conseguido fazer — conta.

O grupo é composto por uma orquestra de sopros, sendo João Minuto no saxofone, Roberto Manoel no trompete, Galego no trombone e Léo Gervásio na tuba. Na percussão estão Mané Roque, Cosmo Antônio e Mestre Nico.

Músicos do povo

— Eles não tiveram, digamos assim, uma educação musical formal e nem tão urbana como normalmente se espera, mas têm uma escola muito própria e muito intensa, que é a da música de rua. Nós nos reunimos há muito mais tempo do que temos de formação, que são oito anos, porque sempre convivemos no ambiente das festas de rua da Mata Norte — explica Siba Veloso.

— São artistas que mantém uma relação bem orgânica com a música, que é um caminho por onde ela flui naturalmente e com muita intensidade. Creio que tenho um privilégio muito grande de ter um grupo assim me acompanhando — continua.

Segundo Siba, onome 'Fuloresta' não tem um motivo exato, trata-se de uma brincadeira com a palavra floresta.

— É uma maneira, digamos assim, mais simples de dizer floresta, mais matuta mesmo. Juntamos isso com o fato da nossa região se chamar Zona da Mata, e ironicamente não se vê mas mata por lá, já que tudo foi transformado em cana-de-açúcar. Enfim, pegamos a floresta que não existe, juntamos com a forma do matuto falar e deu nisso — revela.

— Também nosso primeiro disco, Fuloresta do samba, nada tem a ver com o gênero samba, como muitos de fora podem pensar. Para nós, pernambucanos, a palavra samba diz respeito a todo tipo de festa de rua com música, seja a ciranda, o cavalo marinho, o coco, o maracatu. Enfim, é o encontro e a festividade na rua com música, com poesia e com dança, e tudo mais que fazem parte dos nossos folguedos — explica.

Siba diz que a vida em São Paulo e viagens pelo mundo o influenciou de alguma forma suas músicas, mas não alterou a essência.

— As viagens ajudam de alguma forma a modificar uma pessoa, que acaba carregando um pouco de cada lugar consigo. É claro que também trouxe isso comigo de volta a Pernambuco, se somando ao conhecimento que já tinha — expõe.

— Penso que essa experiência de viagem e estranhamento com o outro acaba nos dando a capacidade de estranhar a nós mesmos, e isso sempre é bom. É saudável poder olhar o nosso lugar e o estranhar um pouco, olhando como se fosse de fora. E isso está presente na nossa música também. Mas nosso principal ambiente continua a ser as festas de rua. Viemos delas e procuramos não perder esse vínculo — afirma.

— Constantemente estamos presentes nas manifestações que acontecem na nossa região, as vezes como grupo, e outras individualmente, por exemplo, fazendo parte de um grupo de cavalo marinho, maracatu de baque solto. E essa coisa de rua é fundamental para o que fazemos no palco, é a base do nosso trabalho, a escola, a referência, a âncora que não podemos perder, senão o barco afunda — continua.

O trabalho do grupo é baseado em um processo autoral de Siba, em que as letras, as músicas e os arranjos são seus.

— Gostamos de montar um repertório próprio, ser autor do que cantamos. Isso é bem fundamental para nós. E a partir de um processo autoral individual, tentamos fazer um trabalho coletivo na hora dos arranjos finais, do jeito de tocar e de apresentar isso para as pessoas. Nesses oito anos de estrada, temos tocado em um bom pedaço de Brasil, especialmente em São Paulo, que considero minha segunda casa — fala com carinho.

— Tocamos pelo Nordeste inteiro, pelo Sul e parte do Sudeste. Nosso segundo disco, Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar, foi lançado por um selo francês também, o que nos proporcionou turnês na Europa todos os anos, além de outras partes do mundo — finaliza Siba, acrescentando que está preparando um novo disco, que deverá ser lançado no final deste ano ou começo do próximo.

A chacina do "fecha nunca"!..por Dão Carvalho

Quanto mais o tempo passa, mais vivemos num mundo de ipaciências e intolerâncias..as pessoas não medem mais a febre, e vão logo atirando...Amam as coisas, gostam das pessoas, invertem valores achando estar certo o tempo todo..Hê humanos,.não aprendem nada mesmo. Essa "treta" rolou num boteco na rua de cima de casa..O "fecha nunca"..quem não conhece o bar, diria ser mera fatalidade, Já eu diria ser o antro dos viciados das adjacencias..se esse bar não for fechado, mais pessoas morrerão!

O crime aconteceu por volta das 2h30 em um bar, de nome Bar do Fecha Nunca, localizado na rua Severino Suzano, na altura do número 12.000 da Avenida Sapopemba, no Jardim Sapopemba.A PM (Polícia Militar) e o Corpo de Bombeiros foram chamados ao local. Duas das vítimas feridas foram encaminhadas à emergência do Hospital Sapopemba, enquanto os demais foram levados a outros hospitais da região.

As circunstâncias do crime e a autoria ainda estão sendo investigadas. Ninguém foi preso no local da chacina.

O caso foi apresentado no 69º Distrito Policial, de Teotônio Vilela.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Brasil..por Laercio Costa

Essa é a história de Carlos Amante Brasil, Uma criança que teve um final infeliz.

Brasil, como era chamado,era uma criança infeliz.
Seu pai era um viciado e sua mãe meretriz. Não teve infância,
Nem sorte também. não ia á escola, não era ninguém.
Aos dez anos de idade ficou órfão de pai e mãe.
Com dezoito já era chefe do tráfico com a arma na mão,
Adrenalina ia a mil, o seu primeiro brinquedo foi um lindo fuzil.
Brasil era mas um menino pobre que o mundo esqueceu,
Mas ele era feliz no naquilo que esconheu. O tráfico era seu mundo,
dinheiro droga e munher ele achava o maior barato,
mas vivia assustado, na favela onde mandava era respeitado.
Lá no alto da favela, jovéns subiam á procura dos seus,
minutos de prazer. Brasil não temia seus rivais e nem a justiça,
metia bala nos bandidos e na p´rópria policia. Mas ele não contava
com a ganância e nem a traição, os seus próprios comparsas,
queriam lhe passar a mão. Ele andava sempre armado não gostava,
de confusão, o seu negocio era as drogas que ele tinha de montão.
Certo dia o inesperado aconteceu e não foi o acaso não,
Ele levou cinco tiros e caiu morto no chão. Brasil mais um filho,
sem pai e sem mãe, morto pelo seu próprio fuzil