Transex
por Dão Carvalho
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― Nóis transex sofremos preconceito demais moço..a gente já num guenta mais tanta humilhação, esses desgraçados vem aqui, xinga, qué passa a mão de graça, esculhamba com a gente e o senhor qué que a gente faça o quê?
― Mas também num precisava fazer isso né. Foi você?
― Eu moço?..eu nem tava aqui! Vim correndo quando vi a Michely gritando..
― Num precisava, num precisava..- dizia Michely - esse demônio tá já é hora enchendo o saco da gente seu policial, já dei cinco cigarro pra ele, ele já mostrô as parte de baixo três vezes pra mim..
― Foi quem então? Indaga um dos policiais.
Todas ficam em silêncio exercendo o código de ética usado por elas na madrugada
― Vô fazer o seguinte então, vô chamar outra viatura e vô levá todo mundo pro distrito.
― Todo mundo não..!.- desabafa Michely - caraio..sifudê! Tô trabalhando porra! Já passei duas noite dessa semana no xilindró por causa daquele bêbado da rua Augusta..pro 2ºdp eu num volto.
― Então..quem fez isso com o rapaz? Perguntou novamente o milico.
Lorena já disfarçava com Steffany na esquina da Haddoc Lobo e em seguida desceram para Augusta pela Antônio Carlos..
Íris continuava andando de lá pra cá..feito barata tonta reclamando:
― Só porque a gente é travesti, deve ser por isso meu Deus..
O policial investiu novamente..
― Hô filha!..quero dizêr,..moça! Quem fez isso com a vítima? Foram vocês?
― Mais moço...o senhor queria que a gente fizesse o quê? Ele tava perturbando todo mundo aqui..pode perguntar pra Cici..Num foi Cici?
Cici balançou a cabeça em sinal de positivo.
― Foi uma só ou foram todas juntas?
Todas permaneceram em silêncio..menos Íris que não parava de reclamar.
O dia já estava amanhecendo e enquanto a abordagem não terminava pessoas passavam voltando da balada..viam o furdúncio e aproveitavam para zombar..
― Olha os traveco vestido de policia..Tá quanto o programa? Hahaha!
Carolyne no quétinho foi raspando o gato, Íris tirou um sal de frutas da bolsa e enfiou na boca a seco...misturou com a saliva e em cinco minutos estava espumando pela boca..Bruna e Brenda fingiram socorrê-la, diziam que ela dava esses ataques de epilepsia toda vez que ficava nervosa..gritavam..
― Caraio Íris...acorda porra..! Meu Deus do céu..minha amiga tá tendo um ataque! Tá vendo aí seu moço..ela tem problema..
Na intenção de amenizar o trabalho o soldado murmura:
― Some com sua amiga daqui..rápido vai..
Bruna e Brenda levantaram Íris com todas suas forças, mas após uns três ou quatro metros Íris já corria com suas próprias pernas..eram todas treinadas em situações de perigo.
Um dos soldados olha pra todos os lados e em meio a zé povinho e dia amanhecendo percebem que já não há nenhuma das transexuais ali..
― Porra Macedo!...o que eu faço agora caralho?
― Bate um radio pro tenente!
Soldado Dias caminha até o radio na viatura e da sinal a base..
― QAP OPERANTE, soldado Dias no QRU nas imediações da Haddoc Lobo tenente..
― QAP prossiga soldado..
― Tenente estamos num QRU onde houve vítima que sofreu agressão por parte de transexuais que trabalham nas imediações da rua Haddoc Lobo mas todas elas conseguiram se evadir senhor, de que forma devo proceder tenente?
― Porra soldado..são seis hora da manhã caralho..se qué que eu faça o quê? Libera a vitima porra! se ele quiser vai pro distrito e faz um boletim de ocorrência.
― Positivo tenente..
Dias andou em direção a Macedo dizendo:
― Vamos ter que liberar a vitima Macedo..vai..eu desamarro os braços e procuro as roupas..você arranca esse vibrador do rabo dele e pergunta se ele quer fazer um B.O..
― Caralho!..eu fico sempre com a pior parte!
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